Pular para o conteúdo principal

DESAMPARO APRENDIDO - Gastão Ribeiro

DESAMPARO APRENDIDO
Gastão Ribeiro

O desamparo aprendido é definido como a dificuldade de aprendizagem apresentada por indivíduos que tiveram experiência prévia com estímulos incontroláveis. Ao expor grupos de cães a choques incontroláveis ou a nenhum choque e, posteriormente, submeteram esses animais a uma contingência de reforçamento negativo, mostraram que os animais anteriormente submetidos a choques incontroláveis não aprenderam a resposta prevista no teste, ao contrário dos cães não submetidos aos choques, que aprenderam a resposta de fuga rapidamente.

Inicialmente o desamparo aprendido foi chamado de “interferência” que é dificuldade de aprender uma relação operante, decorrente da exposição prévia a eventos aversivos incontroláveis. O termo interferência foi substituído pelo termo "desamparo aprendido" (learned helplessness). O desamparo aprendido vem sendo utilizado por diferentes pesquisadores para explicar o modelo animal de depressão. O desamparo aprendido tem também sido associado a traumas, uso de substância e processos depressivos.

Scaer coloca que soldados feridos em combate apresentam o desamparo aprendido e mostraram reduzida percepção da dor. A analgesia reproduzida por exposições subsequentes de memórias traumáticas afeta diretamente o sistema de memória. Com isto afetando diretamente e diminuindo a resposta à dor diante de um trauma. Este choque Inevitável produz desamparo aprendido.

O trauma provoca o acionamento de analgesia induzida pelo estresse. Ao acionar a memória ou gatilho traumático aciona-se um estado de analgesia e com isto um aumento da tolerância à dor física, que pode ser revertido pela administração de naloxona (antagonista opióides). Para Kolk o não acionamento dos circuitos opióides a partir do trauma gera sintomas de abstinência a opióides que incluem ansiedade, irritabilidade, explosividade, insônia, hipervigilância, sobressaltos e hiperativação autonômica. Por isto a importância do papel das endorfinas na compulsão a repetição dos traumas. Portanto as endorfinas podem contribuir para o desamparo aprendido e, portanto para a traumatização.

O fenômeno do desamparo aprendido a partir de uma situação traumática pode estar ligado a uma série de situações patológicas, tais como: depressão, abuso de substâncias, compulsão a repetição de um trauma, dores crônicas, entre outras. O desamparo aprendido parece estar na origem do fenômeno mãe abusada e filho (a) abusado, diante da situação de perigo a mãe paralisa e não consegue dar resposta de fuga ou luta ou proteção, congela e permite o abuso.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O que é Diagnóstico Psicosensorial - Gastão Ribeiro

O que é Diagnóstico Psicosensorial É um método de aprimoramento pessoal profissional e terapêutico que tem por objetivo investigar, avaliar os diversos sintomas para que possamos restaurar o equilíbrio da estrutura corporal e energética desativando as emoções negativas. Esta metodologia atua diretamente no sistema de energia corporal para restaurar o fluxo interrompido pelo trauma, estresse e emoções negativas. O Diagnóstico Psicosensorial nasceu da combinação de cinco metodologias “primas irmãs”, a Cinesiologia Aplicada, o One Brain (Cérebro Uno), O TFT Terapia do Campo de Pensamento, o EFT-Técnica de Liberdade Emocional e da observação e pesquisa clinica do Projeto Trauma Infantil e do Espaço Trauma. As quatros metodologias citadas inicialmente estão relacionadas aos princípios tradicionais chineses de manutenção da saúde, contudo estas também avançam, pois integraram as pesquisas ocidentais sobre a capacidade de auto regeneração e cura do corpo ( um sistema inteligente que bus...

O Uso de Cardio Mind com Metáforas Terapêuticas - Gastão Ribeiro

O Uso de Cardio Mind com Metáforas Terapêuticas O uso de metáforas como instrumento terapêutico é uma ferramenta poderosa, especialmente quando associamos ao Cardio Mind. A metáfora é um método experiêncial que sinaliza novos caminhos de forma diferente. São estórias e analogias com o sentido de guiar as associações internas do cliente. É uma forma de sugestão indireta com múltiplas funções e em especial a de traçar um paralelo sobre o problema do cliente mostrando uma saída adaptativa. As metáforas tendem a atuar em nível inconsciente, contornando as resistências da mente consciente, proporcionando, assim, mudanças significativas. Erickson, ao falar de mente inconsciente possivelmente se referia ao hemisfério direito do cérebro (não dominante). As metáforas podem ser feitas de duas formas: por similaridade ou por analogia. Por similaridade, é utilizar as metáforas em situações que o cliente gosta. Por analogia, é contar casos parecidos como os do cliente, de uma forma indireta, o q...

A Linha da vida e o Mapeamento do Trauma - Gastão Ribeiro

A Linha da vida e o Mapeamento do Trauma O Mapeamento do Trauma é uma aproximação terapêutica centrada no cliente, na qual o terapeuta trabalha para identificar as memórias traumáticas e especificar qual será o enfoque de tratamento ao utilizar as técnicas de trauma. Seguindo um protocolo definido, o terapeuta ajuda o cliente a identificar as imagens traumáticas, a explicação, as emoções e as sensações de corpo. O Mapeamento do Trauma utiliza a algumas técnicas básicas: Linha da Vida, Linha de coincidências, aniversário do trauma, escala SUD, entre outras. Posteriormente faze-se a dessensibilização do trauma a partir do Mapeamento. Mapear um Trauma é buscar as percepções corporais associadas às percepções cognitivas, perceptuais e comportamentais durante o evento traumático associado situações traumáticas que se repetem em função da compulsão a repetição. O mapa também procura as percepções corporais associadas às percepções cognitivas, perceptuais e comportamentais durante o evento t...