Uma revisão das respostas de filogenéticas do trauma
Gastão Ribeiro
Os estudos sobre os sintomas do Transtorno de Estresse Pos-traumáticos feitos a partir das teorias de Levine, dizem a partir de um trauma se forma um processo em espiral que acionam os mecanismos biológicos mais primitivos que faz parte da nossa herança evolutiva. A reação do organismo para sobreviver a uma ameaça, é: fugir, lutar ou congelar Quando as respostas de fuga ou luta são impedidas, a imagem do evento fica congelada, criando uma grande confusão nas pessoas, impedido-as de ter uma vida normal.
FUGIR LUTAR E CONGELAR seria as respostas de um indivíduo diante a um trauma.
Estas respostas de lutar, fugir ou congelar frente a uma ameaça fazem parte essencial dos meios de sobrevivência das espécies. São recursos de proteção, acionados diante a uma ameaça, depois de passado o perigo, meios biológicos e psíquicos desfazem o efeito de tais experiências.
Após algumas experiências traumáticas estes mecanismos entram em ação de modo inadequado, fazendo surgir reações patológicas capazes de afetar de modo decisivo a vida das pessoas envolvidas. Os estudos feitos com ex-combatentes, vítimas de abuso, e outros que passaram por eventos ou situações traumáticas, demonstram a importância do fato de que as experiências traumáticas podem estar na origem de diversas problemáticas psicológicas e orgânicas.
Segundo esta proposta os sintomas traumáticos não são causados pelo acontecimento desencadeador em si mesmo. Eles vêm do resíduo congelado de energia que não foi resolvido e descarregado; esse resíduo permanece preso no sistema nervoso onde pode causar danos corporais e emocionais. Portanto o trauma seria uma desordem da auto-regulação.
Porges em 2007 introduz um conceito novo e fundamental para entender estas repostas. Ele propõe um modelo de resposta hierárquica. Inicialmente são usadas as mais sofisticadas estratégias de sobrevivência, isto é, o uso do engajamento social. Se o engajamento social não funcionar, só então, o sistema de ativação simpática mais primitiva (luta/fuga) é empregado. Se a ativação simpática não funcionar, então, temos a resposta de imobilidade do sistema vago dorsal primitivo, como um último estágio do mecanismo de sobrevivência. Porém, este modelo seqüencial tem sua própria complexidade. Os três níveis não funcionam na forma do tudo ou nada; mas exibem gradações de controle determinadas tanto pelo feedback visceral, quanto pelas estruturas cerebrais mais altas. Portanto ele introduz um novo elemento nas respostas:
• ENGAJAMENTO SOCIAL, FUGIR, LUTAR E CONGELAR.
O que Porges introduz é um elemento diferencial no entendimento das respostas de trauma. Até então entendíamos que um trauma se faria apenas a partir de uma resposta de congelamento que não foram limpas, gerando resíduos deste congelamento e gerando os sintomas do TEPT. O engajamento social introduz uma nova variante neste contexto.
Pesando os caminhos neurais que fazem uma reposta diante a uma situação grave que leva a um trauma podemos pensar o seguinte: o fato acontece, usamos o engajamento social para nos safar (em um assalto tentamos conversar com o agressor), caso isso não funcione a amígdala do hipocampo faz um seqüestro neural, isto é, detecta a emergência e recruta o resto do cérebro para o seu plano de emergência, nesse momento é acionado o fugir, lutar e congelar. Sendo que o nosso cérebro pensante, o neocórtex, ainda não percebeu o que está acontecendo. Portanto o circuito neural que acionado na resposta de trauma envolve partes corticais e subcorticais.
Para uma correta dessensibilização de traumas se faz necessárias intervenções que acionem as memórias corticais e subcorticais. Portanto para um perfeito trabalho de traumas é necessário uma abordagem cortical e sub cortical, não adianta apenas entender o que aconteceu e muito menos sentir no corpo, mas sim um procedimento que englobe o pensar e o sentir. Técnicas como PRI e VKDT talvez consigam englobar estas duas vertentes.
Fonte – Coerência Cardíaca – Apostila de curso – Gastão Ribeiro
Gastão Ribeiro
Os estudos sobre os sintomas do Transtorno de Estresse Pos-traumáticos feitos a partir das teorias de Levine, dizem a partir de um trauma se forma um processo em espiral que acionam os mecanismos biológicos mais primitivos que faz parte da nossa herança evolutiva. A reação do organismo para sobreviver a uma ameaça, é: fugir, lutar ou congelar Quando as respostas de fuga ou luta são impedidas, a imagem do evento fica congelada, criando uma grande confusão nas pessoas, impedido-as de ter uma vida normal.
FUGIR LUTAR E CONGELAR seria as respostas de um indivíduo diante a um trauma.
Estas respostas de lutar, fugir ou congelar frente a uma ameaça fazem parte essencial dos meios de sobrevivência das espécies. São recursos de proteção, acionados diante a uma ameaça, depois de passado o perigo, meios biológicos e psíquicos desfazem o efeito de tais experiências.
Após algumas experiências traumáticas estes mecanismos entram em ação de modo inadequado, fazendo surgir reações patológicas capazes de afetar de modo decisivo a vida das pessoas envolvidas. Os estudos feitos com ex-combatentes, vítimas de abuso, e outros que passaram por eventos ou situações traumáticas, demonstram a importância do fato de que as experiências traumáticas podem estar na origem de diversas problemáticas psicológicas e orgânicas.
Segundo esta proposta os sintomas traumáticos não são causados pelo acontecimento desencadeador em si mesmo. Eles vêm do resíduo congelado de energia que não foi resolvido e descarregado; esse resíduo permanece preso no sistema nervoso onde pode causar danos corporais e emocionais. Portanto o trauma seria uma desordem da auto-regulação.
Porges em 2007 introduz um conceito novo e fundamental para entender estas repostas. Ele propõe um modelo de resposta hierárquica. Inicialmente são usadas as mais sofisticadas estratégias de sobrevivência, isto é, o uso do engajamento social. Se o engajamento social não funcionar, só então, o sistema de ativação simpática mais primitiva (luta/fuga) é empregado. Se a ativação simpática não funcionar, então, temos a resposta de imobilidade do sistema vago dorsal primitivo, como um último estágio do mecanismo de sobrevivência. Porém, este modelo seqüencial tem sua própria complexidade. Os três níveis não funcionam na forma do tudo ou nada; mas exibem gradações de controle determinadas tanto pelo feedback visceral, quanto pelas estruturas cerebrais mais altas. Portanto ele introduz um novo elemento nas respostas:
• ENGAJAMENTO SOCIAL, FUGIR, LUTAR E CONGELAR.
O que Porges introduz é um elemento diferencial no entendimento das respostas de trauma. Até então entendíamos que um trauma se faria apenas a partir de uma resposta de congelamento que não foram limpas, gerando resíduos deste congelamento e gerando os sintomas do TEPT. O engajamento social introduz uma nova variante neste contexto.
Pesando os caminhos neurais que fazem uma reposta diante a uma situação grave que leva a um trauma podemos pensar o seguinte: o fato acontece, usamos o engajamento social para nos safar (em um assalto tentamos conversar com o agressor), caso isso não funcione a amígdala do hipocampo faz um seqüestro neural, isto é, detecta a emergência e recruta o resto do cérebro para o seu plano de emergência, nesse momento é acionado o fugir, lutar e congelar. Sendo que o nosso cérebro pensante, o neocórtex, ainda não percebeu o que está acontecendo. Portanto o circuito neural que acionado na resposta de trauma envolve partes corticais e subcorticais.
Para uma correta dessensibilização de traumas se faz necessárias intervenções que acionem as memórias corticais e subcorticais. Portanto para um perfeito trabalho de traumas é necessário uma abordagem cortical e sub cortical, não adianta apenas entender o que aconteceu e muito menos sentir no corpo, mas sim um procedimento que englobe o pensar e o sentir. Técnicas como PRI e VKDT talvez consigam englobar estas duas vertentes.
Fonte – Coerência Cardíaca – Apostila de curso – Gastão Ribeiro
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