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O uso de Hipnose Estratégica em casos de Fobias - Gastão Ribeiro

O uso de Hipnose Estratégica em casos de Fobias
Gastão Ribeiro


A Hipnose Estratégica é dentre as abordagens atuais com hipnose uma das mais efetivas no trabalho terapêutico com fobias. Procedimentos como o mapeamento do sintoma com a Linha da Vida, Técnicas Hipnóticas Avaliativas, dentre outras ajudam e muito na localização da cena de formação de compromisso do sintoma, na matriz e na dessensibilização dos objetos fóbicos.

A Fobia

A fobia é um dos sintomas mais comuns no consultório. É um grupo de transtornos no qual uma ansiedade é desencadeada exclusiva ou essencialmente por situações nitidamente determinadas que não apresentem atualmente nenhum perigo real. Estas situações são, por esse motivo, evitadas ou suportadas com temor. As Fobias se diferenciam em Simples e Processual

As preocupações fóbicas podem estar centradas sobre sintomas individuais tais como palpitações ou uma impressão de desmaio, e freqüentemente se associam com medo de morrer, perda do autocontrole ou de ficar louco. A simples evocação de uma situação fóbica desencadeia em geral ansiedade antecipatória.

As fobias se diferenciam dos medos normais pela intensidade e persistência do comportamento de fuga, sempre que o estímulo fóbico é apresentado. Trás de alguma forma um prejuízo na adaptação individual. Os estímulos mais comuns são pequenos animais, público, escuridão, altura e barulhos altos, sendo que vários outros podem existir dependendo de cada caso. Diante do estímulo fóbico a criança procura correr para perto dos pais ou alguém que ofereça proteção. O estímulo pode desencadear choro, imobilidade, agitação e até uma crise de pânico.

Fobia Simples

A característica essencial da Fobia Simples é o medo persistente e irracional, associado ao desejo intenso de evitar um objeto ou situação. As Fobias Simples também chamadas de fobias específicas são as mais comuns; medo de animais (cachorro, barata, ratos, etc.), Claustrofobia (medo de espaços fechados) e a Acrofobia (medo de altura). Ela é uma fonte significante de sofrimento e a pessoa normalmente reconhece que o seu medo é irracional.

As principais características são: medo extremo diante do estímulo fóbico; sintomas idênticos aos do ataque de pânico; confirmação pela pessoa fóbica de que da existência de situações específicas que estimulam o aparecimento de sintomas.

Fobia Processual

A diferença básica entre Fobia Simples e Processual é que a segunda se forma como um processo, no qual a pessoa restringe suas atividades normais na medida em que o medo e a fuga o dominam. Freqüentemente estas pessoas insistem para que um membro da família ou amigo os acompanhe todas as vezes que se encontram diante de uma situação fóbica.

As características essenciais para diagnóstico de Fobia Processual são: a pessoa possui grande medo evitando ficar sozinha; faz restrições crescentes a suas atividades diárias podendo ser dominadas pelo medo; desconforto significante ao reconhecer que seu medo é excessivo; e não haver nenhuma outra desordem mental e em especial TEPT.

Etiologia das Fobias

O medo enquanto processo é sempre, em última análise, uma forma de evitar responsabilidades, pois quem sofre de Fobia não age por si só trancado em rituais e fugas incessantes. Apesar da contínua recusa em lidar com uma forma ativa de vida, os fóbicos são acusados de uma responsabilidade que entra pela porta de trás, os seus próprios sentimentos de culpa. São atormentados mesmo tendo consciência de que seu medo excede a realidade.

Em todas as fobias é necessário que a psicoterapia alcance as questões infantis. Ao tratar fobias é necessário trabalhar duas coisas: a Desordem de Ansiedade e os deslocamentos de medos infantis. As fobias estão ligadas a fatos e sentimentos infantis deslocados para o objeto ou situações específicas. Por traz de toda fobia existe uma Cena Nuclear que são os elementos ou a cena com a qual o cliente estruturou um tipo de reposta defensiva, que lhe foi útil no momento, mas o aprisionou no passado, isto é, cristalizou e criou as suas dificuldades atuais. Estas cenas podem estar escondidas atrás de memórias encobridoras, mas quando aparecem são seguidas por Ab-reações. Portanto no tratamento de Fobias é necessário encontrar as suas raízes em deslocamentos de materiais recalcados.

A Etiologia das Fobias e a Hipnose Estratégica

Nas fobias e em quase todos os sintomas psíquicos existe uma formação de compromisso que gera o sintoma, existe uma criança negligenciada que faz uma promessa, e que cristaliza o sintoma. As fobias estão ligadas a fatos e sentimentos infantis deslocados para o objeto ou situações específicas.

Por traz de toda fobia existe uma Cena Nuclear que é a matriz da formação de compromisso é onde o cliente estruturou um tipo de reposta defensiva, que lhe foi útil no momento, mas o aprisionou no passado, isto é, cristalizou e criou as suas dificuldades atuais. Portanto no tratamento de Fobias é necessário encontrar as suas raízes em deslocamentos de materiais recalcados. É necessário resgatar esta criança negligenciada, aceitar a sua dor e negociar uma nova promessa. A Hipnose Estratégica nos dá as ferramentas necessárias para este trabalho.

O tratamento das Fobias e o Mapeamento do sintoma em Hipnose Estratégica

Um dos procedimentos da Hipnose Estratégica é o ajuste do mapa de mundo do cliente. A Linha da Vida associada às técnicas avaliativas ajudam a detectar os principais pontos a serem trabalhados favorecendo este ajuste. A formulação do ajuste do mapa de mundo do paciente utiliza as informações das técnicas avaliativas por meio de procedimentos regressivos, procedimentos no sistema, procedimentos de instalação de recursos e mudanças de associações.

No Mapeamento do sintoma com Hipnose Estratégica usamos de três procedimentos básicos, o diagnóstico sistêmico do sintoma, a Linha da Vida e das Técnicas Avaliativas. A idéia é montar o Mapa de Mundo ou o Mapeamento do Sintoma, para que possamos com as Técnicas Elaborativas fazer o tratamento correto, fugindo dos paradigmas atuais de psicoterapia de acerto e erro.

No Mapeamento do sintoma buscamos identificar : a Cena Nuclear, ou a matriz do problema; a promessa feita por esta criança negligenciada; a presença de Injunções e decisões; o papel da família na manutenção do sintoma; delinear os procedimentos com as Técnicas Elaborativas; e avaliar quais mudanças de associações deverão ser feitas para que haja o desaparecimento do sintoma.

O tratamento das Fobias e as Técnicas Elaborativas

As Técnicas Elaborativas é a parte final do tratamento com Hipnose Estratégica, isto é, a partir das informações levantadas trabalham-se as verdadeiras causas que mantêm o problema. Intervém-se nas cenas do passado, provocam-se renegociações, redecisões, fazem-se intervenções deliberadas no sistema que, finalmente, produzem as mudanças de associações.

As Técnicas Elaborativas são a parte mais importante do tratamento, pois o terapeuta estará de posse de todas as informações necessárias para estabelecer aproximações que atacarão a verdadeira origem da fobia. Para intervir no sintoma fobia, é necessário seguir passos estratégicos: a) formular hipóteses; b) planejar o atendimento tendo em vista a patologia; c) buscar os ganhos secundários e gatilhos a serem dessensibilizados. É necessário avaliar se inicialmente, a intervenção ocorrerá no plano do sistema ou no passado. O planejamento deverá ser criterioso, coerente com a patologia.

Com as Técnicas Elaborativas Regressivas buscamos a matriz, a cena nuclear e renegociamos com a criança e o adulto aquilo que seria melhor para ele agora. Fazemos intervenções no sistema com as Técnicas Elaborativas de Sistema, trabalhando o presente e os personagens na origem das fobias. E finalmente com as Técnicas Elaborativas de Mudanças de Associação iremos ensinar ao cérebro a pensar direito sobre medos e fobias, fazendo o que se chama de uma mudança de segunda ordem, uma mudança definitiva.

Fonte – Apostila de curso – Hipnose Estratégica – Gastão Ribeiro
Apostila de curso – Hipnoterapia Infantil – Gastão Ribeiro

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