Este é um trabalho de fim de curso de Neurofisiologia do Trauma da Marínea. Gostei muito e resolvi compartilhar como vocês.
Reconstruindo a forma de fazer psicoterapia
Psicóloga Ms. Marínea Maria Fediuk
CRP: 12/01526 - CRP:08/06907
O desejo de auxiliar as pessoas a superarem seus sofrimentos foi o que me motivou a buscar a psicologia como profissão. No entanto, durante a primeira década de trabalho foi marcado por repetidas frustrações com a demora ou até mesmo a impossibilidade de ajudar o paciente no seu processo de cura. Eram muitos espaços vazios, obscuros e confusos, que caminho tomar, como intervir, como saber se estou no caminho certo.
Esse estado de angústia profissional me levou a buscar outras possibilidade de agir e ser psicóloga, a psicoterapia corporal Reichiana abriu minha percepção sobre complexo interdependente entre corpo/mente/sentimentos, no entanto, as intervenções eram carregadas de ab-reações, o que tornava o processo sofrido para o paciente, e algo em mim me dizia que este não poderia ser o caminho. E, foi isso que encontrei nos métodos ensinados por Gastão Ribeiro.
A cada curso fui compreendendo que minha antiga paixão pela neurociência era o caminho para me tornar uma psicoterapeuta mais assertiva. E, dessa forma o curso neurofisiologia do trama veio colaborar nesse construção de forma mais sólida. Compreendendo que o trauma é uma experiência que de alguma forma altera o funcionamento neurológico, e que estruturas do sistema límbico (responsável pela regulação emocional) irão funcionar de forma inadequada e desta forma alterar a capacidade do individuo de ser e agir no mundo de um forma saudável, é possível entender que a psicoterapia convencional (aquela aprendida nas universidades, baseada quase que exclusivamente na fala), não é efetiva porque irá agir de forma cortical, ou seja, poderá inclusive acionar ainda mais a ativação de memórias traumáticas.
Para atendermos pacientes traumatizados é preciso compreender as estruturas que estão envolvidos no processamento dessas experiências, compreendendo que não podemos mais aceitar que o falar e compreender cognitivamente um trauma, signifique curá-lo. Na verdade muitas vezes permitir que o paciente relate suas experiências estamos possibilitando que ele torne as memórias traumáticas cada vez mais memórias de longa duração, perpetuando seus efeitos na vida diária desses pacientes.
É preciso intervir de forma a diminuir a ativação das amígdalas para que o paciente possa sair do estado de alerta, da sensação de perigo e isso se torna mais possível com técnicas que atuem a nível subcorticalmente, ou seja, que de alguma forma estejam desativando as regiões que estão hiper estimuladas em função de memórias traumáticas. A coerência cardíaca tem sido uma das técnicas mais eficaz, pois por meio dos axônios localizados no coração é possível atuar nas amígdalas cerebrais por meio da ação do nervo vago que trará as informações do coração, desativando a sensação de alerta/perigo. Os sinais enviados pelo coração ao cérebro atuam no córtex pré-frontal e nas amígdalas, desativando essa estrutura, conseguindo a desativação da hiperatividade autonômica que ocorre em estados de stress pós traumático.
Compreender a função dos neurotransmissores no processamento da experiência do trauma, seja no sentido da resiliência ou não, possibilita entender a importância de intervenções imediatamente após um evento traumático evitando dessa forma a fixação do trauma, evitando o efeito kindling, ou seja, o reacionamento automático dos sintomas perturbadores e invasivos do TEPT.
Conhecer as funções e a dinâmica de funcionamento do sistema neurológico é o caminho para tornar a psicoterapia mais assertiva, ou seja, realmente consigamos conduzir o paciente no caminho auto cura e autorregulação, podendo desenvolver suas potencialidades e deixando de gastar a sua energia com os sintomas decorrentes de traumas.
Com um olhar mães e bebés sincronizam bater do coração Este comportamento já tinha sido estudado em animais, mas é a primeira vez que o mesmo é sugerido em humanos Mães e filhos podem sincronizar o bater dos seus corações através de gestos simples como olhar ou sorrir, de acordo com investigadores da universidade de Bar-Ilan, em Israel. Os investigadores descobriram que os afetos visíveis das mães têm efeitos psicológicos em bebés de três meses e estudaram-nos, medindo o ritmo cardíaco. Atendeu-se à sincronização de afetos e da voz, provando-se uma maior sincronização biológica nesses momentos, explicaram os investigadores à publicação Enfant Behavior and Development. Este tipo de comportamento já tinha sido estudado em animais, ficando provado que as interações sociais afetam o o corpo do bebé animal, mas esta é a primeira vez que o mesmo é sugerido em humanos.
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