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EMDR e Dor - Gastão Ribeiro

EMDR e Dor

O uso de EMDR para enfocar a dor consiste em uma combinação de vários elementos e de aproximações, inicialmente é preciso mapear o trauma e depois associar a inovações como enfoque dual de atenção e estimulação bilateral. Um dos elementos centrais de EMDR é um procedimento de dessensibilização no qual é pedido ao paciente para se concentrar nos pensamentos negativos e em sensações associadas com o problema, enquanto se submete a uma estimulação e a uma estimulação bilateral (visual audível ou tátil). Isto provoca uma mudança no nível de angústia associado com o problema.

Apesar dos clientes que trazem dor crônica terem uma história de vida, devemos priorizar inicialmente o diagnóstico médico da Dor e depois o tratamento psicológico da dor. Pedindo uma revisão da investigações e tratamentos médicos apropriados, e uma diagnóstico preciso da dor para depois tratarmos os efeitos psicológicos dela.
Grant delineia 5 tarefas de administração de dor psicológica projetadas para assegurar que serão satisfeitas as necessidades médicas e psicológicas de quem sofre de dor (Grant, 1999).

As cinco tarefas de administração de dor são:
1. Se assegurar que a dor está dentro de níveis toleráveis e aceitáveis.
2. Pedir uma revisão do diagnostico médico e das atitude do cliente para a patologia apresentada.
3. Identificar e priorizar “objetivos” para reprocessar com o EMDR.
4. Facilitar ou ensinar relaxamentos que possam mudar as sensações de dor.
5. Desenvolver recursos que consigam administrar psicologicamente a dor.

A primeira tarefa a ser executada é conferir se a dor está sendo administrada adequadamente. É necessário distinguir se existem e quais são os níveis toleráveis e intoleráveis de sofrimento. Pois clientes com níveis excessivos de desconforto físico estão freqüentemente ansiosos o que pode diminuir a potencia do uso de EMDR. Assim a primeira tarefa do terapeuta é assegurar que a dor do cliente está em um nível de controle adequado. Pacientes com dor extrema e com angústia intensa, podem estar impossibilitados em executar um nível de concentração que a administração psicológica da dor requer. Devemos priorizar o combate à dor extrema e a angústia, antes de processar o EMDR.

A presença de um diagnostico médico, junto com a atitude adequada do cliente é de suma importância. A presença de um diagnostico é necessária para podermos avaliar a experiência de dor. Podem haver casos onde não haja nenhuma explicação médica adequada sendo isto ocorre em até 85% de casos de dor crônica. Pacientes onde o grau de ansiedade esta associado a um diagnostico incerto tem normalmente pouca motivação para tratamento psicológico. Uma vez que é estabelecido que a dor do paciente esteja dentro de limites toleráveis e existe uma concordância com o diagnóstico, podemos então começar as intervenções psicológicas para mudar a experiência de dor.
A terceira tarefa é o inicio do tratamento psicológico para tentar transformar a experiência de dor. Inicialmente tentamos identificar os principais alvos a serem tratados, use para isto o Mapeamento do Trauma. Quem sofre de dor crônica invariavelmente esta buscando alívio da dor, ou um melhor controle sobre ela, porém, cada paciente tem prioridades diferentes de acordo com a sua personalidade, circunstâncias de vida, grau de sofrimento e angústia etc. Portanto é necessário trabalhar as prioridades de todos os pacientes de acordo com as suas necessidades individuais.

A quarta tarefa é a dessensibilização e reprocessamento. Aqui devemos enfocar os pacientes na sua própria dor enquanto fazemos à estimulação bilateral. Após cada set de estimulação bilateral o terapeuta pede ao cliente que descreva qualquer mudança, e o ajuda facilitando a sua interpretação cognitiva. Por exemplo, depois da estimulação bilateral o terapeuta pergunta para o cliente “o que nota você agora”. O cliente informa que a dor é mais suave ou menor, esta convicção sobre a sua habilidade para controlar a dor poderia mudar de "eu me sinto impotente" para "eu posso aprender controlar minha dor".

A quinta tarefa é integrar as mudanças das sensações físicas do cliente cognitivamente. Peça que visualizem ou criem associações entre os sentimentos de alívio e as recordações de situações ou coisas que os fazem lembrar do sentimento de dor. E existem um set de perguntas projetadas para facilitar estas associações. Estas incluem; “O que tem agora no lugar onde a dor estava?” “e” O que você fará agora com as recordações daquele sentimentos? “Por exemplo, o cliente que sente a dor mais suave, poderia pensar em uma lã de algodão.”

As respostas dos pacientes são desenvolvidas e são reforçadas com a instrução “fique com isto” ou “pense nisto”, fazendo a estimulação bilateral e o encorajando simultaneamente. Normalmente os clientes informam qualquer fortalecimento de mudanças positivas. Peça então que eles pratiquem em casa pensando em uma imagem que signifique uma anti-dor usando uma estimulação bilateral (isto pode ser alcançado por ego-excitação na forma de auto estimulação, ou escutando a uma fita ou Cd estéreo de tons auditivos bilaterais sugestionado pelo terapeuta). Peça ao cliente que pratiquem esse exercício durante cinco ou dez minutos várias vezes ao dia.

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